SAUDADE
Estou doente.
Doente de sentir tanta saudade.
Tão doente de saudade que sinto,
Vou morrer,
Sim, vou morrer de saudade de você.
Estou doente e preso,
Prisioneiro nas amarras da saudade,
Preso de coração trancado,
De toda alegria desligado
Morrendo, quase morto estou,
Morrendo de saudade de você.
Nenhuma novidade me apraz,
Nenhuma notícia por melhor que seja,
Nenhuma música, cantar ou cantoria,
Nada, nada, nada me traz qualquer alegria,
Porque em mim faz morada a saudade,
E estou fatigado e banhado em dor,
A dor da saudade embutida na tua ausência,
A dor da saudade a matar cada um dos meus dias.
Estou sempre cansado, com sono e triste,
Meu coração isolado uma ilha,
Rodeado por esta saudade que não cabe,
Uma saudade de matar por saber,
Estás distante de mim todas as milhas.
E esta saudade invade,
Feito ondas de calor queimando,
A tudo cobrindo negra mortalha,
A luz do sol em meu céu apagada,
À míngua suspenso no ar,
Igual peixe no anzol fisgado na língua.
É assim que estou,
De toda saudade coberto,
Em meio a esse mar de mim mesmo perdido,
Mar de silêncio e deserto,
Vento solar soprando do viver agonia,
Meu coração sem norte,
Sem céu, sem lua,
Carne e alma em sonho perdidas,
No peito essa dor de matar,
A dor da saudade de você,
Minha tão amada mulher querida.
A saudade me engolindo noite e dia,
A saudade de você a me encher de escuridão,
Mergulho na mais gélida e fria água de solidão,
A saudade a me arrancar do peito grito mudo,
A saudade a me tirar da mente toda e qualquer razão.
Estou morrendo,
Vou morrer de saudade de você.
17/18 de maio de 2011