02/03/2009 |
DERRADEIRA E um dia Ou dia menos dia Mas certamente num dia certo Ou num certo dia No ar me ficará suspensa a respiração E desta não haverá a natural sequência Expirar para poder continuar pensando e existindo. E não só esta, mas suspensas no espaço tempo Toda e qualquer outra sequência para todo o sempre. E vejo isto com a mesma absurda nitidez Da leitura que faço dos poemas de Pessoa Dia menos dia Resultado da soma de todos os meus dias vividos Preciso número das horas acordadas Claro algarismo de quantas horas dormidas Na redundância do diamante finalmente polido e lapidado Sem aviso prévio, ainda que já cansado de ser avisado Breve, único e sem retorno Derradeiro fôlego, último respiro a ser dado. Claro e tal como quando acordei nesta manhã Cada exata palavra compondo suposto verso Sobre a linha azul da folha em branco Vogal por vogal consoante significado e significante Embalado por um incômodo e insistente pensar: -Vou estar tão lúcido como agora no último instante? |
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário