DIA-A-DIA
E a vida vai se embrenhando mata adentro
Esta vida vivida na selva
De pedra aço e pedaços humanos
Esse eu ser vivo encarnado
Na carne de cinzas fuligem e escarros
Cigarros baseados fumados
A plenos pulmões gritados
Rugindo as sirenes e buzinas
No cruzamento da via desatada
E dos povos do norte
Do leste do oeste do sul
São tantas as encruzilhadas
Do viver os cruzeiros
Cruzadas de moçambiques e bantus
Em meu sangue a voz das vozes
Ancestrais misturas das cores e etnias
Eia! Raça Humana! quinta cor
Invadindo espaços
Criando falanges
De fatos e outros contos
Passados presentes futuros
Nem romance nem novela
Antes rito ritual das acácias
Da sorte do brilho nesse dia
E você, Das Dores
Minha adorável vizinha
Ouço-te subindo a escada dizendo
Minha filha não coma
Palavras demais
Eu já falei
A vida se embrenhando mata adentro
Cada vez mais fundo
Cada vez mais latifúndio.
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abril de 2010
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