TEMPO NO TEMPO
Ai, que calor!
Acho cretinice reclamar do tempo. Os dois. Afinal,
estou exatamente no ponto por onde o tempo passou, passa e passará.
Logo, pra não tem tempo ruim, só o tempo como ele é.
13.09.2017
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
terça-feira, 12 de setembro de 2017
DISCURSO ALIENADO
A mais poderosa droga que conheci nesta vida.
Nem ópio, nem álcool, nem cocaína, nem tabaco,
Menos ainda maconha.
Amarra minhas mães atadas de algemas invisíveis
A cabeça dobrada pescoço ao cepo oferecido
Ovelha perdida em meio ao rebanho no imenso relvado,
Diante dos meus olhos a fuga dos solitários,
Via de fuga sem destino escrita de ofuscantes luzes,
A vida se escorrendo entre dedos sobre fugazes sinais binários.
E eu não vejo a vida passar,
Senão que a vida passa por mim e não vejo,
Feito quem entra num túnel,
E dentro dele sem saída o pensamento se esvai.
Deixo de ser o que sou,
E se sou não sou mais eu,
E sim alguma coisa que alguém quer que eu seja.
Sim, a mais poderosa droga que conheci,
Insidiosa que o mundo inteiro festeja,
Hora a hora do amanhecer ao anoitecer,
Igual sombra que segue e a todos arrasta
Madrugada adentro no quarto trancado,
Nas ruas, nas festas,
Da mais horrenda quimera toda calçada de vida tomada.
Esteja eu parado ao sofá pregado,
Na estrada dentro do carro,
A ela tela plana inteiro preso,
Homem em estado letárgico sem nenhuma vontade,
Os dois olhos hipnotizados e todos os sentidos
Sem o menor sentido na pequena tela a alma colada.
E é magia de toda cor,
Preta, branca, azul, vermelha,
Arco-íris de discórdia que isola,
Rede, cápsula eletromagnética a encerrar,
Cela,
Mente, coração e fígado ao sacrífico dados,
Maldita oferenda, é inútil resistir nem há o que jogar,
Tomado o veneno antídoto não há.
E se antes eu sabia o que fazia,
Hoje o que faço é estar nesse vago vagante estar,
Diante a parede líquida a se revelar,
A pergunta torta respondida,
Reposta num segundo dada,
Tanta coisa em cascata vista e revelada,
E nada,
Eu continuo sem saber
Sabendo apenas,
Isso de viver prisioneiro desta cloaca de imagens é mais que surreal,
Do mais fingir o existir combo total,
Passagem sem volta para um sítio de inteira total alienação real.
Talvez ainda reste algum tempo e
Valha perguntar:
-O que eu fazia antes de cair na rede,
O que eu fazia antes de estar conectado?
22.08.2017
A mais poderosa droga que conheci nesta vida.
Nem ópio, nem álcool, nem cocaína, nem tabaco,
Menos ainda maconha.
Amarra minhas mães atadas de algemas invisíveis
A cabeça dobrada pescoço ao cepo oferecido
Ovelha perdida em meio ao rebanho no imenso relvado,
Diante dos meus olhos a fuga dos solitários,
Via de fuga sem destino escrita de ofuscantes luzes,
A vida se escorrendo entre dedos sobre fugazes sinais binários.
E eu não vejo a vida passar,
Senão que a vida passa por mim e não vejo,
Feito quem entra num túnel,
E dentro dele sem saída o pensamento se esvai.
Deixo de ser o que sou,
E se sou não sou mais eu,
E sim alguma coisa que alguém quer que eu seja.
Sim, a mais poderosa droga que conheci,
Insidiosa que o mundo inteiro festeja,
Hora a hora do amanhecer ao anoitecer,
Igual sombra que segue e a todos arrasta
Madrugada adentro no quarto trancado,
Nas ruas, nas festas,
Da mais horrenda quimera toda calçada de vida tomada.
Esteja eu parado ao sofá pregado,
Na estrada dentro do carro,
A ela tela plana inteiro preso,
Homem em estado letárgico sem nenhuma vontade,
Os dois olhos hipnotizados e todos os sentidos
Sem o menor sentido na pequena tela a alma colada.
E é magia de toda cor,
Preta, branca, azul, vermelha,
Arco-íris de discórdia que isola,
Rede, cápsula eletromagnética a encerrar,
Cela,
Mente, coração e fígado ao sacrífico dados,
Maldita oferenda, é inútil resistir nem há o que jogar,
Tomado o veneno antídoto não há.
E se antes eu sabia o que fazia,
Hoje o que faço é estar nesse vago vagante estar,
Diante a parede líquida a se revelar,
A pergunta torta respondida,
Reposta num segundo dada,
Tanta coisa em cascata vista e revelada,
E nada,
Eu continuo sem saber
Sabendo apenas,
Isso de viver prisioneiro desta cloaca de imagens é mais que surreal,
Do mais fingir o existir combo total,
Passagem sem volta para um sítio de inteira total alienação real.
Talvez ainda reste algum tempo e
Valha perguntar:
-O que eu fazia antes de cair na rede,
O que eu fazia antes de estar conectado?
22.08.2017
GRAVIDADE DA CARNE
Quando havia em mim mais juventude
-Que ainda resta e há!-,
E na nudez para baixo eu olhava,
Com clara clareza eu via,
Planície, pico, grossas coxas
E sobre o chão os pés por muito andarem.
Hoje, quando para baixo baixo o olhar
E nu em pelo me vejo,
Só o que vejo é o pejo de uma montanha abaulada.
E mais nada.
11.09.2017
ONIPRESENCA
7x7x7x7x7x7x7
7x7x7x7x7x7x7
Deus acabou de criar um novo universo
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acaba de criar um novo universo.
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acabou de criar um novo universo.
Deus acaba de criar um novo universo.
31.07.2017
terça-feira, 5 de setembro de 2017
LUA CHEIA
Sobre a minha cabeça
Ao alto bem alto brilha
Grávida de luz e cheia a lua
De prata enfeitada de veludo negro.
Ao alto bem alto brilha
Grávida de luz e cheia a lua
De prata enfeitada de veludo negro.
E dentro em mim
Ela ao alto bem alto altar
Alta e altiva feito rainha
Dádiva de luz andor de folia
Madona de toda minha alma
Dona de todo eu
Dela meu inteiro reino de alegria .
Ela ao alto bem alto altar
Alta e altiva feito rainha
Dádiva de luz andor de folia
Madona de toda minha alma
Dona de todo eu
Dela meu inteiro reino de alegria .
04.09.2017
MUSA
É quando ela diz, séria:
-Mas você é um poeta!
-Mas você é um poeta!
Então me derramo todo,
E igual fosse água,
Confuso e perdido de feliz,
Chão coração cabeça
Assoalho d'alma,
Por todo lado me espalho.
E igual fosse água,
Confuso e perdido de feliz,
Chão coração cabeça
Assoalho d'alma,
Por todo lado me espalho.
E fico corpo molhado,
Alguém que saiu à chuva nu em pelo,
E de se descobrir vago e vazio,
Repleto vestido de alegria se dá por inteiro
Achado.
Alguém que saiu à chuva nu em pelo,
E de se descobrir vago e vazio,
Repleto vestido de alegria se dá por inteiro
Achado.
02.09.2017
sábado, 2 de setembro de 2017
MUSA
É quando ela diz, séria:
-Mas você é um poeta!
Então me derramo todo,
E igual fosse água,
Confuso e perdido de feliz,
Chão coração cabeça
Assoalho d'alma,
Por todo lado me espalho.
E fico inteiro molhado,
Alguém que saiu à chuva nu em pelo,
E de se descobrir vago e vazio,
Repleto vestido de alegria se dá por achado.
02.09.2017
Assinar:
Postagens (Atom)