domingo, 22 de janeiro de 2017

DIÁRIO DE ATELIÊ

O primeiro passo é o que leva à partida para a grande viagem.
Experiência adquirida
A única liberdade é experimentar.

Uma outra janela para o fazer METRÓPOLE
Como é bonito o PRETO&BRANCO

IMPROVISO À LUZ DA CHUVA

Todo o céu está molhado
E a terra  intumesceu de umidade;
As folhas se dependuram pesadas das árvores
E as raízes estão inchadas do que beberam.
Chove.
Minha alma olha pela janela e mira os céus
Minhas retinas vêem as gotas d'água traçantes 
No espaço desenhando linhas verticais
Incontáveis
Todas vindas do alto até tocarem a palma das minhas mãos.
Chove.  
E tudo é água que se espalha arrasta invade inunda 
Da vida os corredores e os quintais e os varais
E todos os caminhos.
Água que afaga
E afoga.
E chove das horas as lembranças as melancolias
As inexplicabilidades do que se existiu ontem
E hoje já não se sabe do que ontem foi vivido.
Chove a memória de horas antigas
E ainda que pareçam tantos os dias vividos
Quão poucos e fugidios na verdade o foram,
Igual a chuva.
Chove.
A água se escorre entre as artérias da minha alma
E amanhã haverá o sol para revelar que o escuro de hoje não existiu.

22.01.2017**




segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

MARGINAL

É o que sou
À margem da margem
A liberdade tem seu preço. É alto.
Todo o meu fazer corre à margem da margem, não estou ligado à nada ou qualquer esquema que me garanta subsistência no trabalho da arte. Vendo uma tela para pintar outra, no mais, é o corre.
Na foto, cartazete do lançamento do meu primeiro livro "Reflexos do Espelho Existencial - Poemas do Absurdo", 1979.
Edição independente que lancei com recursos recebidos por quase 2 anos de carteira registrada na Prodam.


16.01.2017

VIAGEM

Eu não vou a lugar nenhum.
E estou em todos os lugares.
Terra.

16.01.2017

VIAGEM

Seja como for, os que me esperam sabem, estou voltando para casa.

16.01.2017

VIAGEM

Dá pra ver cada coisa daqui.
Terra.

16.01.2017

VIAGEM

Seja como for, os que me esperam sabem, estou voltando para casa.

16.01.2017

VIAGEM

Seja como for, os que me esperam sabem, estou voltando para casa.

16.01.2017

RAZÃO

Escrevo versos para o tempo do vento levar.

16.01.2017**

DIÁRIO DE ATELIÊ

MARGINAL
A liberdade
Todo o meu fazer corre à margem da margem, não estou ligado à nada ou qualquer esquema que me garanta subsistência no trabalho da arte. Vendo uma tela para pintar outra, no mais, é o corre.

11.01.2017

TELA FRESCA

Sigo.
E não dou confiança mesmo.
Só pinto aquilo que quero pintar.





A LIBERDADE

São dois versos que se encaixam num poema a que chamarei "Liberdade".
LIBERDADE 
Insight (ou, e melhor, estalo)
1- Minha asa é um vôo de solidão.
2- Meu vôo é uma asa de solidão.
Qual deles usarei para evocar uma ausência sentida?

12-01-2017

CONTO

Tudo nessa existência tem um preço. Isso está lacrado.
Conheço, de ouvir falar, o caso de um homem que comprou o trono mais poderoso da terra.
Chamaram-no de louco.
Ele riu.
Esse homem ridículo -segundo me contaram-,
sabia quase com perfeição o valor do muito dinheiro que tinha, além de saber, pela prática,
o quanto vale cada homem. Em dinheiro.
Podia ser ridículo, mas não tolo.

13.01.2017

DUO

Aquela mulher era o mar.
E de ser navegante nela singrei meus sonhos.
Aquela mulher era a terra. 
E de ser semente nela me fiz chão e homem.

15.01.2017**

TINTA FRESCA

RÉIA
Eu desprezo quem faz o muito falar eu faço e na hora do vamos ver não faz porra nenhuma.

16.01.2017

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

AMANTE DE VIAGEM

Tem certos lugares por onde a gente andou,
Que mesmo passado todo o tempo a mente não esquece.

Eu jamais esquecerei as trilhas que descobri,
As curvas e ladeiras que desenhei,
Os altos e baixos que em teus territórios vivi.

Eu jamais esquecerei de quando andei você em mim.

13.01.2017


terça-feira, 10 de janeiro de 2017

CONSCIÊNCIA DA LIBERDADE

Jamais estou distante de casa; minha casa é onde está meu coração.

11.01.2017

CONTO

Fui me matar.
Decidido, abri a gaveta.
Vasculhei e achei a caixa de balas.
Procurei mais e me dei conta de que o revólver havia sumido.
Desisti de me matar.
Não há como se matar com balas sem revólver.

08.01.2017**

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

INAUDITO

Vou vender tudo.
Vou vender minhas armas de fogo
Vou fazer dinheiro do 22 que carrego na perna
Do cano curto 38 da cintura vou me desfazer
E a .40 vou doar a uma instituição de caridade.
Vou vender minhas armas brancas
E as negras também venderei
E as vermelhas de sangue
E as amarelas de alegria
As verdes de esperança e nuvem
As lilases de tortura
As anis rodeadas de anéis de céu
As venderei todas
E com nenhuma ficarei
Em mãos que não sejam
A sombra.

Vou vender tudo
Vou vender os pincéis de graça
E como quem ejacula onan ao chão
Vou jogar as tintas todas sobre a face da terra;
E as telas vou vendê-las num sarau-quermesse de puteiro.
Tudo a preço de vai acabar. (E vai mesmo).
O violão darei a um mendigo idiota.

E por último, que eu deveria fazer em primeiro,
Vou largar dessa merda de achar que escrevo poesia.

06.01.2017**