CARTAS AO VENTO
Quantos silêncios há de repouso em mim?
Quantos edifícios repletos de salas, quartos,
Compartimentos secretos disfarçados de jardins,
Quantos surdos sussurros soprados em cascata,
No vento da aurora levados além do muro,
Quantos gritos concretos adormecidos em mim?
-Mastiga o tempo a cratera dos vulcões.-
Quantos calendários viveram meus dias,
Dias que passaram sem nada se escrever em mim?
Quantas verstas, quantas jardas, quantos desertos,
Uns muito largos, outros estreitos de não ter fim,
Quantas graves gestas no talho vertical da floresta?;
Sementes dalgum tempo que não conheci,
Por certo outra idade em que o mar flutuava no ar,
E as estrelas eram pérolas acesas em teus olhos úmidos.
29.12.2012
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