PIRÔ, PIRÔ, PIRÔ
Há caminhos estranhos para se aprender.
Um deles, dividir para vir a saber somar.
Outro, refletir a dor como um pano de carne,
Algo que alguém pega e feito papel rasga,
E a última viagem como uma fresta,
Vácuo que se abre para uma suposta liberdade.
Mas, que sinuosos caminhos são esses,
E a que deus, com D maiusculo, indagarei isto?
Que abismos e trilhas insondáveis estas
E tantas ilhas que me cercam em meio ao nada?
(Os cães não sabem porque ladram;
E por isso ao longe continuam a ladrar).
A quem indagarei a respeito:
Esta lâmina cravada em meu crânio,
Tempo que em mim bate e em memória se esfacela,
Em mim a quem chamo "eu",
Eu que penso pensar.
(É, talvez de pensar já tenha enlouquecido há muito,
Mesmo porque os aviões não sabem porque voam).
Que hierarquias superiores e inferiores,
-E são 7 bilhões aqui e outras por aí incontáveis-,
Que hierarquia poderá responder a este granulado de barro,
Pó de estrelas que nalgum momento da história do universo se aglutinou,
Poeira que agora quimicamente aglutinada indaga:
Quem sou?
De onde venho?
Para onde vou?,
Floco de barro pensante que irremediavelmente
No amanhã futuro presente desaparecerá.
A quem indagarei,
Que deus ou poder me responderá,
Por que criar um ser criatura assim?,
Que prazer haveria em criar um ser,
-Ou alguma coisa-,
Que não sabe o que é,
Não sabe de onde veio,
Nem sabe para onde irá?
Eu indago,
Que destreza obscura haveria nesta inteligência:
"Criarei muitos seres,
Sete vezes sete vezes sete,
E entre eles um que não saberá,
Nem quem é,
Nem de onde veio,
Nem para onde irá.
Eu indago,
E saúdo-os, Madame Blavatsky,
Os de antes e os que vieram depois,
E os que virão também.
Acaso chamar-se-á "Google" um deles?
Quem me responderá?
Sabemos,
Não há blasfêmia maior
Do que aquela de não se saber da própria origem.
Indago:
Sim, então, quem me responderá?
E eu sei que Ela virá.
31 de Outubro de 2011
Salve a Consciência de Origem, aquela que guarda as 3 respostas.
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