PARA QUE SÃO FEITAS AS SEGUNDAS-FEIRAS
Desenho sobre o pano da saudade teu cheiro
Tua forma e tua fôrma
Olho no calendário pronto pra te ver
A reposta certa e certeira
"Para que servem as segundas-feiras?"
Senão para te ver e em ti me encantar
E te servir de loucuras e outros gestos delicados
Inventar em teu corpo letras de fogo
E nele escrever arabescos indecifráveis
Indefiníveis sentidos e caminhos
Para isto servem as segundas-feiras, querida
Pra ver em ti passos e passadas de bailarina que és
Em sandálias de princesa que calçavas
E calças e calçarás em teus pés
Para os quais de bom grado serei
Por quantas segundas-feiras quiseres, amada
Mais que tapete oriental de ouro bordado
Capacho de luxo ou qualquer coisa sonhada
Para isto servem as segundas-feiras, amada
Para que se entenda como se engendra um quarto e uma estrela
E caiba tudo em nós e em outras feiras
E nos sábados, nos domingos e feriados
Nas praças iluminadas de sóis e ypês amarelos
Só para isso imagino agora, doçura
Para isso são feitas as segundas-feiras
Em madrugadas quentes floradas de begônias brancas
Pela janela a fresta para roubar um pedaço de lua cheia
Entre lençóis de horas fugazes carícias
Teu colo enfeitado, amada, de um colar de beijos.
24 de agosto de 2010, coincidentemente pós segunda- feira
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