OUTONO
É tarde.
Tarde da noite, madrugada mesmo.
Sozinho em meio à escuridão observo,
Milhares de estrelas feito migalhas
Pela toalha negra do céu espalhadas.
Já nem sei se estou triste ou se nasci assim,
Sim, talvez eu já tenha nascido desse jeito,
E se assim for, não há jeito,
Ser feliz é um risco
Um desenho que pensado perfeito
Quando passado para o papel sai mal feito
Impreciso.
Impreciso.
Já é tarde, muito tarde,
Em minha vida madrugada,
Dançando entre meus dedos palavras, um verso,
E do outro lado da margem uma crença,
Ainda que eu tenha um par de remos
Como chegar até você?,
Recompensa,
Recompensa,
A cada instante menos tempo,
Barco em alto mar extravio
E o cantar de solidão do velho cisne:
Não, jamais será tarde o bastante para se dizer que é tarde demais,
Jamais será tarde demais para se dizer,
A esperança morreu e o jardim está vazio.
É tarde, muito tarde,
Madrugada em mim.
03/06/2011 - 11/07
Nenhum comentário:
Postar um comentário