quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


ILHA 2.6

À luz da lua reflito,
Teu olhar refletido em meu pensar
O teu último olhar em minha lembrança,
Teu olhar cabisbaixo,
Passos tortos vagos cortando a rua,
Pronta que estavas pra rolar,
Nua bailarina despencando no ar
Pedra corredeira ladeira abaixo a desandar.

Sob o luar,
Te penso acaso e ocaso final,
Em fogo um verso seco aceso
Palavras encadeadas presas,
Todas fora do seu lugar,
Em outro lugar errante morada
O medo imperioso colar de tristeza
Amarrada ao peito palavra calada,
O peso de um segredo não dito
O não falado, o não confessado,
O que não teve partilha,
Gosto de quem em fuga se rebela,
Rebelde sem qualquer motivo,
O não saber o motivo do degredo
Degredado momento de vida para sempre roubado.

Banhado ao luar
Todo sentir e  sentido obscuro,
Menos luz, maior desatino,
Fissurado desejo de ser errado
Entre pares caminho sem destino,
À luz do luar vagas,
Vagas de uma vida engolida,
Palavras jogadas no vazio,
Da vida errante toda vida negada.

17/18/06/2011 - 04/07/2011


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