domingo, 12 de novembro de 2017

LIVRO DAS PALAVRAS INÚTEIS

Meu amor,
A vida é uma coleção de exageros.
Sou uma inutilidade.
Serei algo útil para você?
Toda a vida é duplicidade,
E nela, somente nela,
É que estão todos os momentos
Sentinela
Sejam eles os melhores ou os piores.

São tantas as mudanças de rumo:
Espero que o que te espera
Te surpreenda
Tanto para o tanto esperado
Quanto pelo tempo de espera.

Há setas que apontam para uma mesma direção.
Cabe seguir a esta ou aquela
E das outras se desviar.
Sim, há muitas setas ao longo da estrada,
Cabe segui-las, não importa qual.

Vede, amada,
Há a ida e a volta.
Olha teu polegar agora
E deste estende olhos ao universo.
Tudo é oposição.
Tudo aqui é dois, noite e dia
Positivo negativo homem mulher
Para tudo neste universo há uma posição
E uma contraposição.
E de contrapeso, a contradição de ambas.

E de assim ser é que brota o surreal
E de novo indago,
Quem sou
De onde venho
Para onde vou?
Que, pior que  a não resposta
É o que está presente
E não está.

Eu sei que você existe,
E no entanto, você não existe.
Dá-me um beijo agora
Dá-me um abraço de calor.
E saberei o que é suprareal.
E conhecerei o real.

Sou uma inutilidade.
Tentado a ser algo útil pra você.

De uma diálogo com conterrânea via messenger
09.11.2017


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