Fui fazer uma visita a uma casa.
Minha futura casa.
E de todo homem.
Andei alamedas de sombras e descanso,
Pisei as folhas e flores vermelhas do hibisco selvagem,
Vi as campas encimadas de estátuas e cruzes,
Sobre as lápides de ferro e bronze e mármore
Escritos igual num livro os nomes dos homens
E os nomes das mulheres que viveram
E da fumaça da vaidade tragaram.
E morreram.
Reparei nas tumbas, túmulos, sepulturas,
As rasas, de gaveta e as profundas
E para quanto substantivo houvesse,
Por todo lado que olhei
O que vi foram ossos de humano existir,
Esqueleto desconjuntado
Em meio à terra
Entre si e entre outros misturado,
À flor da terra viva
No para sempre sono dos mortos a sonhar.
Quando voltei da visita
Estava acordado e lúcido.
E me sentindo mais vivo que o normal do que o que se vive todo dia.
Tão acordado e lúcido
E vivo que pensei.
E vivo que pensei.
"Penso,
Logo, existo".
Existo.
Logo,
Sou pó que ao pó tornará.
E acabou.
E acabou.
22.12.2014**
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