quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ABISMO

Estou face a face
Diante de
E com você
Abismo.

Dizei-me,
Ó mulher alada,
Há asas o bastante para nós dois?

Haverá asas o bastante para mim?

Que não sei fingir vôos
E menos
E mais ainda
Não sei fingir a vida.

E quando te cansares de voar?

Sim, meu amor,
Que quem anda
Cansa andar
Quem voa
Cansa voar.

Até não soubermos mais fingir asas
Passo a passo
Prego e martelo no ofício,
Haveremos de saber
Dois
O chão que nos separa, amada,
                                  É o abismo.

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