sexta-feira, 13 de setembro de 2013

ALMA

Estou cansado
E sem o mínimo de pena de mim.

Nem vontade de chorar tenho, sabe,
E meus olhos claros vêem o que tem que ser visto,
Luz onde está a morada da luz
Escuridão na ausência daquela 
E sombras ondem pousam as sombras.

Antes fosse esse cansaço
Da carne
E não tão dentro de algum lugar 
Distante em mim 
Mar remoto 
Onde minhas canoas não  podem aportar 
Nem costurar cais de mansidão 
Tear d'harmonia.

Estou tão cansado,
E fosse da carne esse tão profundo cansaço
E deitar-me-ia, e dormiria
Mas não, não há como fazê-lo,
Há que se beber da vida o inteiro cálice
Acordada ou não
E ainda que calada a dor, 
Ir em frente,
Alma,
E quem sabe ainda algum sorrir.

14.09.2013                                   

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