ALMA
Estou cansado
E sem o mínimo de pena de mim.
Nem vontade de chorar tenho, sabe,
E meus olhos claros vêem o que tem que ser visto,
Luz onde está a morada da luz
Escuridão na ausência daquela
E sombras ondem pousam as sombras.
Antes fosse esse cansaço
Da carne
E não tão dentro de algum lugar
Distante em mim
Mar remoto
Onde minhas canoas não podem aportar
Nem costurar cais de mansidão
Tear d'harmonia.
Estou tão cansado,
E fosse da carne esse tão profundo cansaço
E deitar-me-ia, e dormiria
Mas não, não há como fazê-lo,
Há que se beber da vida o inteiro cálice
Acordada ou não
E ainda que calada a dor,
Ir em frente,
Alma,
E quem sabe ainda algum sorrir.
14.09.2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário