O que é preciso?
Que eu me ajoelhe
Ou a craveira exata
Aquela que te cabe
Ainda que ao cabo
Por satisfeita não te dês
Insaciável parte de mim
Indomável costela?
Hein?
Dizei-me, vagabunda
O que preciso?
Qual a precisa medida a que referes?
Não tenha medo e sabei
É tanto o poder que tens em mim
Teus chicotes açoites dos meus demônios
E em tuas mãos as tampas dos meus vulcões.
Não temas os meus cães
Nem os precipícios que invento ao longo do caminho
E podes descer ao mais fundo de mim abismo
Caber-te-ei em mim ainda que sejas mil.
Às vezes
Quando estou muito sozinho
E é sempre
Na tempestade e no vento espalhado
E eu vejo que escrevo o que está escrito
Não tenho medo.
Mas fico fisgado
Mas fico fisgado
Escrevo sentido o sentido da palavra e pinto
Da paleta a cor do verbo no tempo.
E você.
E excito as dobras da vida.
E clamo teu nome poema.
E te chamo de maldita.
E você.
E excito as dobras da vida.
E clamo teu nome poema.
E te chamo de maldita.
Dize-me
Face
A
Face
Quanto vale?
Preciso.
Quanto vale?
Preciso.
15.08.2013
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