quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A FACE 

O que é preciso?
Que eu me ajoelhe
Ou a craveira exata
Aquela que te cabe
Ainda que ao cabo
Por satisfeita não te dês
Insaciável parte de mim
Indomável costela?

Hein?
Dizei-me, vagabunda
O que preciso?
Qual a precisa medida a que referes?

Não tenha medo e sabei
É tanto o poder que tens em mim
Teus chicotes açoites dos meus demônios
E em tuas mãos as tampas dos meus vulcões.

Não temas os meus cães
Nem os precipícios que invento ao longo do caminho
E podes descer ao mais fundo de mim abismo
Caber-te-ei em mim ainda que sejas mil.

Às vezes
Quando estou muito sozinho
E é sempre
Na tempestade e no vento espalhado 
E eu vejo que escrevo o que está escrito
Não tenho medo.

Mas fico fisgado
Escrevo sentido o sentido  da palavra e pinto 
Da paleta a cor do verbo no tempo.
E você.

E excito as dobras da vida.
E clamo teu nome poema.
E te chamo de maldita.

Dize-me
Face
Face
Quanto vale?
Preciso.

15.08.2013



Nenhum comentário: