quarta-feira, 31 de julho de 2013

JORNAL

Nas manhãs frias de solidão
Ainda bebendo um resto de sexo
A boca num travor de décadas
Pó a se esparramar sobre a carne
Pelo estômago se misturando
A outras comidas e tantas transas
Divino maravilhosas
Sobre os tapetes, os sofás,
As camas, os elevadores,
No metrô, no ônibus,
No carro em velocidade,
Em plena avenida Paulista
Na rampa da garagem do Bradesco,
Sentada pegando o jornal
Nas manhãs molhada lendo poemas bastardos
Igual fosse um jornal onde leio um verso
Em meio à multidão de mim perdido:
"Só para eu saber, quem sou eu? Você ou ela?"

31.07.2013




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