terça-feira, 5 de março de 2013


NOTURNO

Mais uma vez se deita em mim a madrugada.
Igual um caramujo que se arrasta escuro acima
Na própria trilha da saliva se escorrendo
Só em meio a pensamentos acorrentado
Muito lentamente feito chama que arde no molhado
Deixo que se escorra pelo papel 
Palavra por palavra
Entre nuvens de fumaça e alguma furtiva lágrima
Vento, céu, sol, lua, estrela, aliança, casa
E um saber
Logo será manhã em luz banhada
Hora de olhar ao espelho e nele o espasmo
A preciosa pergunta em neblina envolta forjada:
Quando em minha alma outra vez
O perfume derramado de uma mulher amada?

31.01.2013

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