MAGIA
Mágico é quando ela me olha de lado,
Eu sentado do outro lado
A mão estendida tentando alcançar a dela
Numa braçada querendo abraçar um abraço nela.
Mágico é quando recordo,
Em sonho, os doces carnudos
Impossíveis tesudos lábios e,
-Ô moleque besta!-
Quando acordo percebo,
Tarde demais estou todo molhado.
Mágico é quando olho ao redor,
E vejo tanta tv, tanto lcd,
Tanto mago, tanto plasma,
Tanto lsd, tanto êxtase,
Tanta canabis sattiva indica
E eu aqui sem ela e sem mais nada.
Mágico em minha vida é a função
Do impossível acontecer acontecido,
Porque lúdica e lúbrica,
Flexível palavra ao vento vertebrada.
Mágico em minha vida é,
Eu ao espelho,
Nem Ulisses nem Narciso
E sim da vida palhaço desdentado,
Correndo da vida vagas e tempestades
Em desalento gritando insano,
Dentro da noite gargalhadas nas noites inacabadas.
Mágica em minha vida
É a certeza absurda de ter tido-a e comido,
Manjar de espumas e papel de seda entrededos,
Pelo ar alguma brisa verdejando perfume de relva molhada
Entre estrelas do céu na minha boca acesas espalhadas.
Mágico em mim é quando beijo as gotas de chuva
E na lembrança revejo dela os olhos dourados
Da mesma chuva molhados,
Lágrimas. (alguma lágrima?
Publicado originalmente no FIZTV em l de julho de 2008/Releitura/republica - 14 de janeiro de 2011
Este mesmo texto em versos está publicado neste blog na folha com data de 24.08.2008.
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