JANEIRO
Choveste em mim todas as chuvas de janeiro
E tudo de mim e em mim inundaste,
Minhas veias, minhas pontes,
Minhas estradas, minhas entradas
Meus quartos, quintais, ladeiras,
Partes íntimas e gavetas,
Minhas represas, meus rios,
Meus mares, minhas cadeias,
Em tudo tudo em mim entraste
E feito águas de janeiro que não se acabam,
Daquelas que desaguaram e tudo beberam
Assim fizeste em mim,
Assim agora estou por ti cercado
De todas as tuas águas,
Até o mais fundo do coração
Por ti, amada,
Inteiramente tomado e inundado.
1 de fevereiro de 2011
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