terça-feira, 5 de março de 2013


DESCAMINHO

Há muito já o sei
Escrito está em pergaminho
Não nasci torto
Me entortei sozinho.

Saí dos trilhos
Descarrilhei o trem dos meus dias
Sou vago igual vagão vazio
E vago feito cometa sem rota.

De assim ser
Verbo ao mar amar que em si se esgota,
Escrevi versos sem sentido
E de estar em alguma direção
Sem direção sigo coração compungido.

Retorci o vento e a palavra
Derramei da fonte o sangue,
Água de beber entornei do vaso
E de cada hora vivida
Toda hora em minha vida virou mero acaso.

E ninguém pelos meus desvios é culpado
Nenhum deus nem o diabo,
Menos ainda os que andam
E os que haverão de andar a meu lado.

Arco de pé meus atos e desatinos
Que amanhã,
Sei,
Estará em trânsito o julgado.
E nada mais.

22/01/2013

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