segunda-feira, 4 de março de 2013


CARTA II

Uma carta de amor me tocou.
Pousou de um voo distante daqui aqui
Suave igual o sopro de um som à sombra do vento
E nela está escrita a minha cor,
Meus delírios, meus desenhos e líquidos desejos,
Da vida filhos das correntezas nascidas do sol,
Muitas incertezas
E algumas nuanças entre o bem-estar e a dor.

Entendi das linhas trilhos emparelhados no tempo
Agulha a conduzir no linho trilhas e treliças
Entendi, meu amor, das linhas escritas,
Quando uma carta assim pousa no cerne da carne se aprende,
É de afeto que se faz música para beijar
É de carícias que se pintam gestos de bailarinos no ar,
É por esta razão que te enfeito de versos e palavras.

Tudo e nada para te contar e dizer,
Viver talvez seja fazer da vida inventários
De cicatrizes expostas
Aos olhos do céu azul fechadas
Feridas abertas no porão da alma escondidas,
E um saber que nem os anjos entendem:
-A vida é uma brincadeira que às vezes é espada e sal,
E de outras, se em tua companhia,
A alegria da quietude de uma catedral. 

24/25.12.2012



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